2 FILHOS DE FRANCISCO

Francisco era um rico fazendeiro do noroeste paranaense. Descendente de família italiana fez fortuna com criação de gado de corte e leite. José, seu único filho, trabalhou desde tenra idade com o pai. Saía cedo para a lida e só retornava ao entardecer. A noite estudava com sua mãe, Dona Maria.

Ao completar a maioridade decidiram que o primogênito deveria ganhar o mundo. Foi estudar na Europa e conhecer novas tecnologias. Fez muitos amigos, visitou lugares fantásticos, retornando anos mais tarde, casado e com dois filhos.

Encontrou os negócios da família ainda mais prósperos. Seu pai dedicava-se a escrever um livro de memórias, enquanto D. Maria lecionava para os filhos dos colonos.

Uma forte gripe acabou tirando a vida de Francisco. A família se uniu ainda mais e José decidiu concluir a biografia de seu querido pai.

Curiosamente, D. Maria tomou a frente dos negócios.

Demonstrando enorme familiaridade com os assuntos ligados às fazendas, seguiu o trabalho de seu falecido marido.

José, por sua vez, resolveu renunciar a herança deixada por Francisco. Acreditava que sua mãe reunia condições para cuidar de todo patrimônio e que, naturalmente, iria reavê-lo no futuro.

Pobre José!! Ninguém lhe contou sobre a irrevogabilidade da escritura pública de renúncia!

Ao tempo em que o processo de inventário era distribuído e autuado, seguia mandado de citação à inventariante para responder aos termos de ação de investigação de paternidade. Luciano, o autor da ação, reunia fotos, cartas e um sonoro pedido para realização de exame hematológico para comprovação do vínculo de filiação. Nem haveria necessidade, tal a semelhança com o ‘maledeto’ finado. O final desta história está contado no caput do artigo 1810 do Código Civil. Corre lá para saber